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Ser ou não ser: o futuro da IA está na filosofia

A revolução na IA não será liderada apenas por engenheiros. Filósofos, sociólogos e artistas estão assumindo seus lugares ao lado dos programadores para garantir que a tecnologia do futuro tenha mais do que apenas lógica, tenha sensibilidade.

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AIWhisperBR • Tempo de leitura: 7 min

A IA que pensa

A nova fronteira da IA: razão + cultura

Você já pensou que um filósofo poderia ser tão essencial quanto um programador para construir uma IA confiável? Pois é exatamente essa a tese defendida por pesquisadores da Universidade de Edimburgo e do Instituto Alan Turing. 

Ao contrário da crença comum de que IA se trata apenas de números, códigos e algoritmos, uma nova onda de pensamento afirma que a tecnologia precisa das humanidades para evoluir com consciência. 

A grande razão é que a IA atual não apenas calcula, ela escreve, interpreta, gera imagens e até opina. Mas será que ela compreende o que está dizendo?

A iniciativa “Doing AI Differently” (Fazendo IA de forma diferente) liderada pelo Instituto Alan Turing, Universidade de Edimburgo e parceiros internacionais, propõe uma reestruturação radical na forma como a inteligência artificial é desenvolvida. 

Ela questiona o monopólio das ciências exatas na definição da IA, defendendo que, se a máquina produz cultura, ela precisa entender de cultura. 

Essa abordagem é fundamentada em dados concretos: os grandes modelos de linguagem, como o ChatGPT, não geram apenas respostas, mas criam narrativas, formam opiniões e, muitas vezes, tomam decisões com implicações sociais.

É exatamente por isso que filósofos, sociólogos, antropólogos e artistas estão sendo chamados para a sala de projetos. Não como “consultores pós-fato”, mas como protagonistas do design ético e cultural da próxima geração de IAs. 

E isso não é exagero: em empresas como a DeepSeek, humanistas já estão codificando as nuances culturais dentro da arquitetura dos modelos. O objetivo não é “melhorar a comunicação”, é impedir que sistemas técnicos repliquem, reforcem e amplifiquem preconceitos sociais, raciais ou de gênero mascarados por lógica matemática.

Quando algoritmos falham em entender o mundo real

Nos últimos anos, não faltaram casos em que sistemas de IA apresentaram comportamentos discriminatórios. 

Algoritmos que rejeitam candidaturas de mulheres, negam crédito a negros ou recomendam sentenças mais severas para minorias são apenas a superfície de um problema mais profundo: esses sistemas não entendem o contexto. 

Eles analisam padrões, mas não significados. Operam com dados, mas não com histórias. Isso acontece porque os datasets utilizados, por mais extensos que sejam, carregam os mesmos vieses que existem no mundo humano. 

O problema se agrava quando esses dados são processados por modelos homogêneos, sem diversidade arquitetural ou perspectiva crítica. Isso cria sistemas que automatizam injustiças em nome da eficiência.

A proposta de integrar as humanidades à IA é uma tentativa de romper esse ciclo. Quando sociólogos e historiadores participam da concepção desses sistemas, eles conseguem prever pontos cegos e estruturar mecanismos de controle ético. 

O filósofo ajuda a formular o que é justo. O antropólogo identifica quando um padrão é cultural, e não estatístico. O artista contribui para que a IA reconheça nuances e expressões. Essa colaboração torna a IA não apenas mais humana, mas mais sensata.

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A virada qualitativa da IA: de números a narrativas

Durante décadas, a IA foi um território técnico. Equações, algoritmos, estruturas matemáticas. Mas isso mudou. Com o surgimento dos LLMs (grandes modelos de linguagem), a IA passou a operar com linguagem natural, imagens, sons, códigos e tudo aquilo que compõe o imaginário humano.

Essa virada, chamada de “qualitativa” pelos pesquisadores, marca uma transição histórica: a IA deixou de ser apenas quantitativa e se tornou produtora de cultura. 

Se antes ela calculava, hoje ela escreve, opina, desenha, sintetiza vozes. Se antes o critério era “eficiência computacional”, agora também é “sentido interpretativo”.

No entanto, essa mudança ainda não foi plenamente compreendida pela indústria. A pressa em otimizar resultados fez com que muitos modelos se tornassem culturalmente pobres, incapazes de lidar com ambiguidade, humor ou emoção. 

O resultado lembra o erro cometido pelas plataformas de mídia social: priorizaram volume, ignoraram o conteúdo. E pagamos o preço com desinformação, bolhas e vícios algorítmicos.

A proposta de iniciativas como a “Doing AI Differently” é evitar que cometamos o mesmo erro com a IA generativa. A ideia é simples, mas poderosa: a IA deve ser treinada não apenas para calcular, mas para compreender.

Prompt do dia: Projetando uma IA com senso ético humano

Atue como um grupo interdisciplinar formado por um engenheiro de IA, um filósofo moral, um antropólogo cultural e um artista plástico. 

Juntos, vocês devem projetar um sistema de IA para tomada de decisão em saúde pública, considerando não apenas eficiência, mas também aspectos éticos, culturais e humanos.

Sua resposta deve conter:


- Uma proposta resumida do sistema e suas funções principais

- Como os diferentes especialistas contribuíram para o design

- Mecanismos para evitar viés e respeitar a diversidade cultural

- Um cenário prático de uso do sistema em um dilema real

Objetivo: Demonstrar a importância de múltiplas perspectivas na construção de tecnologias que afetam vidas humanas.

A IA do futuro será escrita a muitas mãos

A proposta de “fazer IA de forma diferente” não é uma crítica ao progresso técnico. É um convite à evolução consciente. Uma chamada para que paremos de ver a IA como uma entidade neutra e comecemos a tratá-la como aquilo que ela é: um espelho das nossas escolhas, nossos dados e nossas perspectivas.

Integrar as humanidades ao núcleo da IA não é adicionar uma camada “bonita” ao final do processo. É reescrever as primeiras linhas do código com sensibilidade. É permitir que a IA evolua conosco, respeitando o que nos torna humanos.

Estamos diante de uma janela de oportunidade. Ainda há tempo de moldar essa tecnologia com ética, diversidade e criatividade. Mas isso exige que os engenheiros abram espaço para os poetas. Que os programadores escutem os filósofos. Que os modelos sejam treinados não apenas com dados, mas com significados.

Talvez a IA que mais nos ajude no futuro não será a mais veloz ou a mais precisa. Será aquela que entende não apenas o que dizemos, mas por que dizemos. E para isso, ela terá que aprender com a poesia, com a história, com a crítica e com a arte. Porque, no fim das contas, ser verdadeiramente inteligente é também saber sentir.

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